A roda da vida
A roda da vida vai rodando incessantemente. Não espera que você calce os sapatos, que você vá à padaria, que você leia o jornal, que você o peça para esperar. O tempo desprende-se como a areia que dá função às ampulhetas, sem que ninguém sinta o atrito da sua passagem. O tempo anda ao ritmo dele - depressa para o ocupado, devagar para quem sente saudade -, e passa. Passa como a paisagem avistada do trem.
A roda da vida vai rodando incessantemente. Sua engrenagem não enferruja, não quebra, não desacelera. E a fotografia no porta retrato, aquela que você vê ao acordar, era você hoje, mas já é você muitos anos depois. Cinco anos podem ter passado... e você fez tantas coisas e deixou tantas outras para mais tarde, por falta de tempo (?).Os ponteiros correm sobre os números e janeiro já é junho, sem que você tenha concluído, ou mesmo dado início às tarefas anotadas na agenda.
O relógio está em seu pulso, nas paredes, na cabeceira da cama, no painel do automóvel, na tela do computador, nas praças, no celular que você atende para confirmar o horário do próximo compromisso. O relógio está em todo lugar, mas você entra e é sol, e você sai e é escuro, e você nem percebeu. Outro dia do calendário se foi, com cada um dos seus segundos irrecuperáveis, e você dorme sem saber se amanhã vai dar tempo.
(Você nem lembra o que vestiu ontem, porque estava atrasado e pegou a primeira roupa que viu no cabideiro. E anteontem você buscou um passatempo, porque era domingo).
O tempo corre como um atleta experiente sobre a esteira rolante indefectível. Suas pernas não são compridas. Nem curtas. Seus passos são iguais desde o início dos tempos. Ele não vacila. Não tropeça. Não retarda por não saber como seguir. A roda da vida vai rodando incessantemente. Não meça, viva.
E recorde.
Ingrid Dragone
A roda da vida vai rodando incessantemente. Sua engrenagem não enferruja, não quebra, não desacelera. E a fotografia no porta retrato, aquela que você vê ao acordar, era você hoje, mas já é você muitos anos depois. Cinco anos podem ter passado... e você fez tantas coisas e deixou tantas outras para mais tarde, por falta de tempo (?).Os ponteiros correm sobre os números e janeiro já é junho, sem que você tenha concluído, ou mesmo dado início às tarefas anotadas na agenda.
O relógio está em seu pulso, nas paredes, na cabeceira da cama, no painel do automóvel, na tela do computador, nas praças, no celular que você atende para confirmar o horário do próximo compromisso. O relógio está em todo lugar, mas você entra e é sol, e você sai e é escuro, e você nem percebeu. Outro dia do calendário se foi, com cada um dos seus segundos irrecuperáveis, e você dorme sem saber se amanhã vai dar tempo.
(Você nem lembra o que vestiu ontem, porque estava atrasado e pegou a primeira roupa que viu no cabideiro. E anteontem você buscou um passatempo, porque era domingo).
O tempo corre como um atleta experiente sobre a esteira rolante indefectível. Suas pernas não são compridas. Nem curtas. Seus passos são iguais desde o início dos tempos. Ele não vacila. Não tropeça. Não retarda por não saber como seguir. A roda da vida vai rodando incessantemente. Não meça, viva.
E recorde.
Ingrid Dragone
Comentários
A velocidade é tamanha, hoje em dia, que não percebemos quantas coisas, que sonhamos, deixamos de vivenciar.
Parabéns!
Francisco
ssa_vv@yahoo.com
Beijão!