Entre as parreiras e o www
Passamos boa parte do nosso tempo trabalhando para ganhar o dinheiro que poderá ou não ser gasto no tempo em que não estamos trabalhando. Dinheiro adquirido com suor e estresse, sob os mais diversos percalços, crises e aflições.
Queremos estar diariamente mais atualizados, instruídos e a par das novidades científicas e tecnológicas. Para isso, existem as revistas e os jornais impressos, a televisão, o rádio, a internet - com sua pretensa atualização em tempo real - e até os celulares com acesso à web. Interatividade e interconectividade são vocábulos cada vez mais usuais e o www já está incorporado ao movimento das nossas mãos.
Então me ocorre a imagem do cara que vive na roça, tranquilamente, com aquele ar de quem nada sabe, mas sabe. Será que a vida dele é menos interessante porque ele não está preocupado com o que nos preocupa?
No início do mês estive no interior. Lá, numa casa com quintal, tive a oportunidade de tirar uvas do pé e saborear, uma a uma. Pretinhas, pequenas, doces, doces... Aquilo me fez sentir uma saudade boa nem sei de que. Talvez de uma sensação que eu quase nunca tenha vivido antes. Resumindo: serotonina.
Repeti o ato muitas vezes durante aqueles dias de descanso. Teria gostado tanto porque não se trata de algo comum no meu dia-a-dia? Ou por que é um tipo de passatempo realmente mais saudável, que pode ser lido no jargão “menos é mais”? Ou na filosofia que defende a felicidade como resposta à integração homem-natureza?
Tenho consciência de que não fico sem grandes centros comerciais, sem escrever no meu blog, sem telejornais, sem alguns dos entretenimentos oferecidos pelas grandes cidades, seus dispositivos, plasmas e equipamentos acimentados. Abdicar de tudo isso seria complicado... Meu computador por parreiras?
O que sei é que tirar aquelas uvas frescas e comê-las ali, sem qualquer cerimônia, de maneira tão imbricada ao ambiente natural, fez com que eu me sentisse mais perto de Deus, da vida que, imagino eu, ele queria que tivéssemos. E para quem não acredita em Deus, posso estar falando de uma força (muito) superior à nós e nossas construções, parafernálias eletrônicas, protolocos e paranóias citadinas.
Fico aqui com minhas divagações...
Ingrid Dragone
Queremos estar diariamente mais atualizados, instruídos e a par das novidades científicas e tecnológicas. Para isso, existem as revistas e os jornais impressos, a televisão, o rádio, a internet - com sua pretensa atualização em tempo real - e até os celulares com acesso à web. Interatividade e interconectividade são vocábulos cada vez mais usuais e o www já está incorporado ao movimento das nossas mãos.
Então me ocorre a imagem do cara que vive na roça, tranquilamente, com aquele ar de quem nada sabe, mas sabe. Será que a vida dele é menos interessante porque ele não está preocupado com o que nos preocupa?
No início do mês estive no interior. Lá, numa casa com quintal, tive a oportunidade de tirar uvas do pé e saborear, uma a uma. Pretinhas, pequenas, doces, doces... Aquilo me fez sentir uma saudade boa nem sei de que. Talvez de uma sensação que eu quase nunca tenha vivido antes. Resumindo: serotonina.
Repeti o ato muitas vezes durante aqueles dias de descanso. Teria gostado tanto porque não se trata de algo comum no meu dia-a-dia? Ou por que é um tipo de passatempo realmente mais saudável, que pode ser lido no jargão “menos é mais”? Ou na filosofia que defende a felicidade como resposta à integração homem-natureza?
Tenho consciência de que não fico sem grandes centros comerciais, sem escrever no meu blog, sem telejornais, sem alguns dos entretenimentos oferecidos pelas grandes cidades, seus dispositivos, plasmas e equipamentos acimentados. Abdicar de tudo isso seria complicado... Meu computador por parreiras?
O que sei é que tirar aquelas uvas frescas e comê-las ali, sem qualquer cerimônia, de maneira tão imbricada ao ambiente natural, fez com que eu me sentisse mais perto de Deus, da vida que, imagino eu, ele queria que tivéssemos. E para quem não acredita em Deus, posso estar falando de uma força (muito) superior à nós e nossas construções, parafernálias eletrônicas, protolocos e paranóias citadinas.
Fico aqui com minhas divagações...
Ingrid Dragone
Comentários
Acredito que posso ter essa "cara de quem não sabe de nada" e continuar conectado em tudo.
Resumindo: Qualidade de vida!
Adorei o texto.
Beijos!
=]
Beijos.
E um conterrâneo meu escreveu o seguinte, na forma de comentário: "Ari, a vida é assim mesmo, uns querendo ir para cidade GRANDE, e outros querendo voltar para a cidade pequena".
É, como disse Drummond, "êta vida é besta". Gostei da sua página.
Concordo com o Sylvio lá em cima. Dá pra conciliar o www com a sombra das parreiras.
Pra variar, gostei bastante do texto. Ainda mais porque as uvas são da minha casa. hehe
Te amo