Natal! E nasce... Papai Noel???



O Natal está aí, batendo em nossas portas, cheio de guirlandas, árvores e versões decorativas esdrúxulas de Papai Noel – o bom velhinho dançando, tocando, tomando banho e até, meu Deus, fazendo cocô! Embora a introdução do texto possa sugerir o contrário, não posso mentir: eu adoro essa época do ano. Acho que é uma ótima ocasião para reunir a família, estar ao lado de quem gostamos e, claro, aproveitar uma deliciosa ceia, ganhar e dar presentes. Acredito também que esse seja um dos momentos em que mais analisamos o rumo das nossas vidas, incluindo aí, relacionamentos, profissão, atividades e aquisição de bens. Mas, como dizem, “vamos combinar”... os estímulos que recebemos em dezembro para consumir são imorais.

Quando entramos nas lojas e centros comerciais já sentimos a atmosfera “você precisa comprar”. A decoração raramente prioriza o que seria o sentido genuíno do Natal. Ainda não vi presépios. As instalações têm Papai Noel; o que lembra criança, o que lembra criança pedindo presente, o que lembra presente, o que incentiva a consumir. E a neve? Vai parar nas vitrines em pleno calor, totalmente descombinada com os ares tropicais da Bahia. Lógico, tem que combinar mesmo é com a roupa de frio e o lugar de origem do “Santa Claus”.

“Economize razão e gaste emoção” é a idéia da impetuosa campanha de um dos shoppings da cidade. Leia-se: “Não seja pão-duro, mão-de-vaca, canguinha! As pessoas que você ama merecem sua generosidade! Gaste sem pensar duas vezes!” Esse “empurrãozinho” associado às promoções cria o contexto perfeito para a gente sair balançando sacolinhas e mais sacolinhas. Impulsionados pela idéia da vantagem/oportunidade, muitos acabam levando para a casa o que nem precisavam ou realmente queriam.

E quem deixa para fazer as compras na última hora? O famoso plantão do shopping ajuda. O problema aí é ter muita paciência e disposição para levar pisões, cotoveladas e trombadas pelos corredores, abarrotados de consumidores andando com uma pressa irrefletida.

Bem, no sentido denotativo da expressão “no final das contas”, o valor a pagar é alto. No sentido conotativo, até que o esforço vale a pena. É gratificante a manifestação de felicidade de quem recebe as caixas e embrulhos arrumadinhos, cheios de mimos. Além disso, fica tudo um brinco. Nossa roupa, nossa sala, nossa mesa. O que falta é, muitas vezes, em muitos lares, agradecer a Deus pelas condições de comemorar. Enquanto isso, o comércio já engatilha ações e eventos para fazer as pessoas gastarem novamente.




Ingrid Dragone

Comentários

TD disse…
Primeiramente, Feliz Natal!
Também adoro essa época do ano, entretanto não consigo gostar do Tal bom velhinho. Não sei se algum trauma infantil ou se apenas não gosto de mais essa cultura típica americana com duendes, renas e bonecos de neve que estão totalmente fora do contexto do nosso país.
De qualquer forma, o clima natalino é algo realmente bom, não pelo consumismo que realmente toma todo mundo, mas pela família e o aconchego que nesta época ela nos proporciona. Um beijo e um Feliz 2009!
INGRID DRAGONE disse…
É TD... o clima do Natal é muito bom mesmo. Até gosto de papai noel, me faz lembrar boas coisas da infância, o que não acho legal é o culto ao ato de comprar, comprar e comprar.Feliz ano novo para você também, garotinho!

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