Mundo Paralelo
Superficialidade. Muitas tarefas. Falta de tempo. Essa combinação é o cartão de visitas na sociedade de hoje. A loucura da modernidade nos faz assim: rasteiros.
Quando o nosso convívio social fica reduzido aos encontros na internet. Quando não há brechas para cuidarmos do nosso bem-estar (físico e psicológico). Quando as pessoas ao redor fazem parte da nossa vida simplesmente porque existem. Quando tudo isso constrói o nosso cotidiano, com certeza, haverá uma lâmpada vermelha nos lembrando: “Cuidado! Você precisa mais de você! Precisa mais das pessoas!”.
Tememos a solidão, mas a cultivamos diariamente. E assim, calamos nossos sentimentos. E muitas vezes já não há mesmo o que dizer, porque existe uma desordem total no mundo, a impossibilidade de compreender, aceitar e explicar, ou porque não temos criado laços verdadeiros de amizade. Antes era mais fácil fazer amigos? O que mudou?
Somos ocupados demais, e vivemos balizados pela tecnologia. A mesma tecnologia que nos aproxima de um cientista do Japão e nos afasta das pessoas que moram em nossa rua. A tecnologia que está aí para agilizar o nosso trabalho, facilitar processos de aprendizagem, trazer mais informações, com velocidade e volume cada vez maiores, é a que também simula um mundo paralelo. E o dia-a-dia de muita gente tem se fechado nisso: quatro paredes, olhos no relógio, e amigos virtuais. O tempo vai passar e elas, lamentavelmente, não poderão contar que estiveram em cinemas, praias, rodas de violão, cafés ou praças.
Que ninguém se engane! Conhecer uma pessoa é conhecer o seu olhar de ternura e o de reprovação. É entender o movimento do seu corpo. As manias. Aquelas perceptíveis nos pequenos momentos. Conhecer sua reação em situações de crise, de risco. Conhecer a sua letra em carta!
É importante estar perto, dar o abraço acompanhando de um “eu te amo”, que assim fica mais aconchegado e crível. Por isso temos sentidos. Por isso nossa pele é sensível ao toque.
Pensar nisso... Dar atenção ao contato pessoal. Ao papo numa casa de chá! Uma companhia agradável e docinhos vão fazer horas saborosas, vividas, e poderão transformar um dia cansativo de trabalho, num dia muito especial. Inesquecível.
Ingrid Dragone
Comentários
Adorei o texto, acho que esse eu nunca tinha lido!
Esse é pra ficar pra história, muito bom!
Bjs!
Luisa
bjs
Luiz
Como eu me senti bem ao ler
seu texto, Ingrid!
Obrigado por escrever tão bem!
Beijo =]